Fontes De Poluição No Mundo, Em Mapa Interativo
By Pedro Fidalgo / Ambiente / December 13, 2022
Um novo mapa interativo com dados das emissões de gases com efeito de estufa emitidos por navios cargueiros, aterros sanitários, campos de petróleo, confinamentos de gado e muito mais, pode ajudar empresas, investidores e governantes a saber quais os locais das fontes de poluição no Mundo que devem ser selecionados para a tomada de decisão.
As maiores fontes de poluição no Mundo
A densidade das maiores fontes de poluição no mapa situa-se na China, Coreia do Sul e Japão. Este resultado também está próximo dos dados disponíveis das emissões de dióxido de carbono (CO2) em relação às quais a China, EUA, Índia, Rússia e Japão estão no top 5.
O local mais poluente do Mundo é nos EUA, um campo de petróleo do Texas.
Há mais de 70.000 fontes individuais de poluição climática, listadas neste novo mapa feito a partir do que é hoje o maior e mais detalhado banco de dados de emissões de gases de efeito de estufa do Mundo.
Neste mapa estão incluídas mais de 100 entidades portuguesas.
As entidades mais poluidoras em Portugal
Estão entre estas, a refinaria de Sines da Galp que é o líder da poluição no nosso país (na posição 1.634 do ranking mundial). Os aeroportos de Lisboa e Porto estão também entre os mais poluidores. Várias fábricas de cimento que ainda não ajustaram o seu processo de fabrico, Cimpor em Alhandra, Cimpor em Souselas, fábrica de cimento da Marinha Grande, Secil em Setúbal, Cimpor em Loulé. O Top 10 português termina com o aeroporto de Faro e a Siderurgia Nacional.
A Secil lançou o primeiro betão com zero emissões de CO2, de acordo com informação que divulgou em 2 de novembro 2022.
“Não se pode gerir as emissões se não se souber quais são”, afirmou Gavin McCormick, fundador e diretor executivo da WattTime, uma organização de tecnologia ambiental que faz parte de uma coligação de organizações, cientistas de dados, investigadores e especialistas em inteligência artificial, designada Climate Trace, que construiu o mapa. O banco de dados inclui desde navios cargueiros a aterros sanitários — as maiores fontes de poluição climáticas na produção de energia, transporte, resíduos, agricultura e indústria pesada.
Os países geralmente demoram a divulgar os dados das suas emissões, de modo que as informações podem estar desatualizadas e até mesmo os relatórios oficiais de emissões podem ser imprecisos. O Climate Trace faz os cálculos mais detalhados possíveis para cada fonte de poluição. Em confinamentos de gado, por exemplo, onde há emissões de metano, um potente gás de efeito estufa, utilizam dados de satélite para medir a dimensão da instalação e, em seguida, usam um algoritmo para identificar se é uma instalação de laticínios ou bovinos e para estimar o número de cabeças de gado. Finalmente, multiplica-se pela estimativa de emissões por cabeça de gado para aquele local.
A equipa do Climate Trace utilizou modelos sofisticados e dados obtidos através de satélite para quantificar as emissões poluentes.
“Identificar as fontes de poluição que são de alta intensidade e volume dá aos negócios, investidores, formuladores de políticas e consumidores, uma indicação clara dos ativos que devem ser direcionados primeiro para a redução de emissões ou descomissionamento”, diz Deborah Gordon, diretora sénior da organização sem fins lucrativos RMI, que liderou o trabalho do setor de petróleo e gás para a Climate Trace.
Esta equipa admite que as entidades poluidoras alguma vezes reportam valores inferiores aos reais, chegando mesmo estes a ser três vezes inferior.
“Os investidores que desejam reduzir as emissões no seu portfólio podem usar esta informação para estimar a pegada de carbono das instalações em que pretendam investir”, diz McCormick.
Inaugura-se assim “uma nova era de transparência radical para rastrear as emissões”, referiu o Secretário-Geral da ONU, António Guterres e continua dizendo que “fica mais difícil fazer “greenwash” ou, para ser mais claro, fazer batota”.