¡Únete!

¡Inscríbete gratis y recibe las mejores ofertas a través de "Territorio Ahorro"!

¡Suscríbete!

As Várias funções de uma Barragem

Actualizado el
min reading

As barragens armazenam água usada principalmente para consumo humano e irrigação, além de permitir a produção de energia com a qual a rede elétrica é fornecida. Mas além dessas funções, os empreendimentos hidrelétricos acabam servindo, de outras formas, às populações e ao meio ambiente.

Colocar as barragens a serviço das populações em diferentes níveis, além de gerar energia elétrica, é uma tarefa que vem sendo realizada há vários anos em Portugal. A produção hidrelétrica começou a crescer em força a partir da década de 1950, com a construção de explorações nas bacias dos rios Cávado, Zêzere, Tejo e Douro. Naquela época, as operações eram manuais, atrasadas e isoladas, eram responsáveis por um grande número de trabalhadores, desde o operador da turbina até o mecânico, distribuídos por várias instalações (casas de máquinas, turbinas, barragens, sala de controle,...).

Esta realidade evoluiu até os dias de hoje, quando a EDP Produção (empresa do Grupo EDP, que em Portugal explora barragens para produzir eletricidade) opera atualmente, central e automaticamente, 59 usinas hidrelétricas, com um total de aproximadamente 6, 7 GW. Em Portugal, esta gestão é realizada a partir de um único local - o Centro de Gerenciamento Remoto da Usina Hidrelétrica, onde é realizada a operação e o monitoramento da atividade de todas as barragens e usinas hidrelétricas da EDP Produção.

Esse centro de comando altamente tecnológico garante uma visão global das diferentes bacias hidrográficas, permitindo maior vigilância e controle sobre elas, principalmente em situações de risco para pessoas e propriedades. É o caso de períodos de seca ou inundação.

Barragens ou super-heróis?

Pode não ser de conhecimento comum, mas as barragens desempenham um papel fundamental na mitigação das consequências de situações extremas para as populações, como inundações ou longos períodos de seca.

C

ada barragem possui capacidades diferentes, ou seja, a quantidade de água que pode armazenar, normalmente medida em hm3 (hectômetros cúbicos - 1.000.000 m3). Por exemplo, enquanto a barragem da Régua tem capacidade para 95 hm3, a barragem do Baixo Sabor pode armazenar 1095 hm3.

Em virtude dessa capacidade de armazenamento, nos contratos de concessão celebrados com as empresas produtoras de eletricidade, como a produção da EDP, são definidos limites para a exploração de cada uma. Esses limites indicam a quantidade mínima e máxima de água que cada lagoa deve manter armazenada a qualquer momento, independentemente de estar ou não produzindo energia.

Isto significa que a EDP Produção tem de fazer uma gestão racional do armazenamento de água em cada lagoa, lado a lado com a Agência Portuguesa do Ambiente - para garantir a produção de energia e, ao mesmo tempo, satisfazer as necessidades da população, de acordo com com as condições meteorológicas.

É por isso que os usos hidrelétricos desempenham uma função de "modulação" dos fluxos - a quantidade de água retida nas barragens ou liberada a jusante do rio varia de acordo com a necessidade e o risco.

Minimizando os efeitos das inundações: o exemplo de Lima

Na bacia do rio Lima existem duas usinas hidrelétricas (Alto Lindoso e Touvedo), inseridas em uma região caracterizada por fortes chuvas. A barragem de Alto Lindoso, com capacidade total de 379 hm3, tem um papel importante no controle de inundações, em particular minimizando o impacto nas áreas ribeirinhas a jusante - Ponte da Barca e Ponte de Lima.

No caso de altos níveis de precipitação na bacia intermediária entre o Alto Lindoso e o Touvedo, a grande capacidade de armazenamento do primeiro pode até permitir o ajuste total do volume tributário ao de Lindoso. Se isso não for possível, pelo menos permite a liberação controlada de fluxos descarregados, minimizando os impactos a jusante.

Este processo de gestão de fluxos é complexo, mas eficaz, baseado, por um lado, na análise de informações meteorológicas e, por outro, em uma articulação de esforços entre a EDP Produção, Proteção Civil e o Centro de Previsão e Prevenção de inundações (no caso do Douro).

No caso de previsões de maiores influxos, é realizada a modulação do fluxo: as turbinas das usinas são colocadas em operação com antecedência, a fim de criar capacidade de adaptação para receber a quantidade máxima de água, amortecendo o pico do enchimento.

Água durante todo o ano

Em relação às situações de seca, é o contrário. Se as previsões meteorológicas apontarem nessa direção, a ação da EDP Produção é preventiva para condicionar a turbina a garantir reservas de água para consumo humano.

Se, em situações de alto fluxo, o procedimento envolve descarga quando necessário, em situações de seca, há o cuidado de acumular e não usar toda a água da lagoa.

 

Aconteceu em 2017, um ano de baixa pluviosidade, o que levou a baixos níveis nos reservatórios. Embora fosse possível turbinar nessas alturas, a EDP Produção optou por manter a água acima dos níveis mínimos definidos nos contratos de concessão, tendo, em alguns casos, produção de eletricidade ainda limitada. Dessa forma, foi possível garantir que havia água nas lagoas para responder a usos prioritários: consumo diário das populações e irrigação.

Isso aconteceu em 2017, mas é procedimento normal em todos os períodos de escassez. Sempre tome cuidado para não usar toda a água no reservatório e você deve ter uma reserva para satisfazer os usos prioritários.

Um elevador de barco

No caso do Douro, a introdução de barragens em várias margens do rio, que antes era navegável em todo o seu comprimento em Portugal, trouxe um desafio: como garantir que os barcos continuem seu percurso normal, agora com uma barragem (e uma enorme lacuna) no meio?

A solução envolve um impressionante trabalho de engenharia hidráulica: um verdadeiro elevador de barco. No caso português, existem 5 estruturas deste tipo no rio Douro, destacando que existe na barragem de Carrapatelo, com uma queda de 35 metros, a maior da Europa.

Esse "elevador" é na verdade chamado de eclusa. Consiste em um compartimento, construído em um lado da barragem, onde os barcos podem entrar para que possam ser transportados além do vão.

O compartimento é gradualmente preenchido com água que, como um elevador, eleva o barco até o topo da barragem. Em seguida, o "elevador" está aberto e o navio pode continuar sua jornada, já na área ascendente (então a mais alta) da barragem. O caminho inverso é através do esvaziamento da fechadura.

Uma "rampa" para peixes

Dado que a construção de barragens implica mudanças no terreno, nos ecossistemas e até na vida das populações, as entidades que exploram essas explorações para produzir energia elétrica, como é o caso da EDP Produção, apresentam várias preocupações ambientais e sociais.

Juntamente com entidades e populações locais, são estabelecidos planos de intervenção para mitigar os efeitos da implantação de barragens, que em muitos casos vão além de simples "medidas compensatórias" - à medida que impulsionam a região, revitalizam a flora e a fauna local já traz melhores condições de vida para as populações.

Um exemplo foi a criação de um viveiro para aninhar peixes no rio Sabor. Com a construção da barragem de Baixo Sabor, a comunidade que habita a área ribeirinha e ainda vive da pesca viu sua atividade em risco. Isso ocorre porque, após o surgimento da parede da barragem, algumas espécies de peixes que eram muito procuradas pelos restaurantes da região não conseguiram seguir seu curso normal e se reproduzir.

Nas margens do Vilariça (município de Torre de Moncorvo), foi criado um sistema de nidificação para essas espécies em uma camada de água limpa. O viveiro trabalha principalmente em anos de seca, quando a vazão do rio diminui bastante: para compensar essa redução, a água é bombeada da barragem de Baixo Sabor.

Dessa forma, a desova desses peixes no rio é mantida, principalmente a partir das Bogas, consideradas autênticas delícias gastronômicas da região. Esta foi uma das 48 medidas de salvaguarda ambiental implementadas pela EDP Produção.

Peixes que sobem escadas?

Além dos "viveiros", existem outras maneiras de minimizar o efeito de barreira das barragens junto com os peixes, em particular as chamadas "escadas de peixes". Esses dispositivos permitem que os peixes circulem entre águas altas e baixas (e vice-versa) das barragens nas quais estão instaladas. Consistem em escadas, no sentido normal do termo, isto é, uma série de baixos obstáculos nos quais o rio corre e em que o movimento das águas chama a atenção dos peixes, instintivamente levando-os a pular de um passo para o outro. O objetivo? Chegue às águas do outro lado e continue sua jornada, para desovar ou continuar sua rota de migração.

A velocidade da água que cai nos degraus deve ser suficiente para atrair os peixes, mas não tanto que os leve a desistir e voltar, em vez de continuar sua jornada rio acima.

No caso das grandes barragens operadas pela EDP Producción, não possuem escadas de peixe, mas possuem outros tipos de passagens, como as eclusas Borland (nas diversas barragens do Douro) e os elevadores (Touvedo), cujo objetivo é permitir Os peixes escalam o rio para completar seu ciclo de vida. Nos casos em que as barragens não estão equipadas com esses dispositivos, a transposição manual de peixes também pode ser realizada.

Estas medidas de compensação ambiental cumprem o compromisso da EDP com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ajudando a evitar ou reduzir a perda de biodiversidade, favorecendo uma gestão da visão dinâmica, abrangente, participativa localmente e de longo prazo, a fim de alcançar um equilíbrio globalmente positivo.

Fazendo construção ou indo tomar banho

A Produção EDP recebe solicitações frequentes para o gerenciamento de fluxos e cotas das lagoas, das mais diversas entidades, para a realização de diversas atividades nos rios. Por exemplo, pode ser necessário lançar o fluxo para baixo porque haverá um teste náutico, uma procissão religiosa com barcos ou uma travessia do rio.

Há também casos em que é necessário realizar trabalhos que beneficiem viadutos, pontes ou realizar inspeções, e é solicitado que não libere o fluxo (ou seja lançado de forma reduzida) para permitir ou facilitar a operação. Foi o que aconteceu em Torres do Mondego, onde, para construir uma passagem para pedestres, a EDP Produção foi convidada a não turbinar, para que o trabalho pudesse ser concluído.

As barragens também são importantes para a criação de condições operacionais para as praias fluviais: as das albufeiras e de lagoas.

Para garantir condições para a existência de praias que estão nos próprios reservatórios, durante o verão a EDP Produção tenta manter esses reservatórios em cotas compatíveis com o usufruto das praias.

Já nas praias a jusante dos reservatórios, existe uma preocupação em não dar vazões muito altas. No rio Vouga ou no Cávado, por exemplo, o fluxo é limitado por uma questão de segurança, ou seja, deve haver algum fluxo para a praia existir, mas deve ser modulado de forma gradual e lenta, sempre com segurança banhistas primeiro.

E a produção de energia?

No gerenciamento de lagoas, a prioridade é o armazenamento de água para consumo humano e para irrigação, somente então a produção de energia ocorre. Nesta área, além de ajudar a reduzir a dependência externa, as barragens têm duas vantagens principais em termos de gerenciamento de energia: por um lado, injetam energia renovável em redes elétricas e, por outro, aproveitam os períodos em que a produção de energia é reduzida. excedente de consumo, para aumentar a produção de energia ainda mais limpa.

Em usinas equipadas com máquinas reversíveis, é possível utilizar o excedente de energia através do bombeamento: a energia que não está sendo utilizada na rede pelos consumidores é utilizada para mover as turbinas na direção oposta e, assim, encher novamente as lagoas. de água. Isso será armazenado até que ocorra um novo aumento no consumo de eletricidade que justifique sua entrada em operação.

Existem mil e uma maneiras de colocar a barragem a serviço das pessoas e do meio ambiente em Portugal.

Os usos hidrelétricos são uma fonte de energia limpa e renovável que não produz poluentes, que contribuem para que Portugal cumpra seus compromissos ambientais internacionais e um compromisso cada vez mais sólido com a produção de eletricidade em todo o mundo.